Herança Cultural

Herança Cultural

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Mensagem

“A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram, o tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura”.
(Gabriel, o Pensador, Lavagem Cerebral)

A classe média negra

      
         A percepção de mudança que o doutor Adão tem sobre a realidade do negro no país é amparada por dados significativos. Um trabalho recente divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, órgão do Ministério do Planejamento, mostra que a classe média negra das capitais brasileiras teve um crescimento relativo de 10% nos últimos sete anos. Crescimento relativo quer dizer que a classe média negra tem uma fatia 10% maior do que a que tinha na classe média em 1992. "É um contingente expressivo de pessoas que entram no mercado consumidor e de trabalho", destaca o economista Marcelo Neri, um dos autores do estudo. Estima-se que essa classe média negra movimente por ano quase 50 bilhões de reais – e está crescendo. O resultado é que se tornou cena freqüente encontrar uma moça negra na sala vip do aeroporto ou um senhor negro esperando mesa em restaurante cinco estrelas. Até muito pouco tempo atrás, esse era um privilégio reservado a negros artistas ou atletas. Segundo um levantamento recente preparado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, de cada grupo de dez negros, quatro estão parados na pirâmide social. Dos seis que estão se mexendo, cinco estão subindo.
        O problema racial no Brasil está longe de ser resolvido. Estima-se que os negros ocupem apenas 1% dos postos estratégicos do mercado de trabalho, quando representam quase metade da população. Outro estudo do Ipea mostra que, entre dois profissionais igualmente preparados, o branco tem 30% mais chance de conseguir uma ocupação do que o negro. Há duas razões para a diferença porcentual, aponta o estudo: o preconceito e o histórico familiar. O branco candidato ao emprego em geral vem de uma família estabilizada socialmente e o negro deu o grande salto. Para quem já está no mercado, a situação não é diferente. Na hora de receber o contracheque, negros e brancos estão em descompasso. De acordo com dados da Fundação Seade, de São Paulo, o salário médio de um branco na capital paulista é de 760 reais. Na mesma função, um negro ganha menos da metade: cerca de 350 reais. "O negro tem de ser dez vezes melhor do que o branco para ter acesso a uma educação que permita a ele competir e ultrapassar quem sempre esteve em vantagem", diz o cientista político Sérgio Abranches.

Luta anti-racista

Quem foi Zumbi e realizações


    Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.
     Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.


   No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.


   Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses.   O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.


   O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares. Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída. Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante. Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.


    Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Sistema de Cotas

      As diferenças sociais e raciais no Brasil existem há aproximadamente 500 anos, desde esse período os líderes brasileiros trataram e tratam desse assunto com descaso. Para piorar a situação os investimentos feitos na área da educação são precários, ignorando o principal objetivo dessa que tem por finalidade preparar o estudante para se tornar uma pessoa capacitada a vencer todo e qualquer desafio.
      Os alunos de escolas públicas geralmente não recebem a preparação adequada e por isso não conseguem ingressar nas universidades, já o negro sofre discriminação racial. Dados estatísticos revelam que apesar da raça negra representar 45% da população brasileira, apenas 2% são universitários. Para melhorar esses dados, o governo deveria adotar medidas que promovam a melhoria do ensino fundamental e médio, dando condições para que o aluno carente, negro ou indígena concorra em pé de igualdade com alunos da rede particular de ensino e estudantes brancos e pardos.
         Porém, para conseguir um resultado que podemos chamar de “imediato” e ter uma imagem positiva, o governo criou o projeto de cotas para o ensino superior. Ao invés do estudante negro, carente ou indígena concorrer pelo sistema universal de vagas, ele concorre pelo sistema de cotas, ou seja, ele concorre à quantidade “x” de vagas reservadas ao seu grupo. Por exemplo, um vestibulando negro optante pelo sistema de cotas concorre unicamente com negros que também optaram pelo sistema.
Muitas universidades já adotaram o sistema de cotas, sendo a Universidade de Brasília a primeira, em junho de 2004. Essa medida para muitos é uma forma de discriminação para com os estudantes negros, carentes, indígenas, brancos e pardos, pois segundo o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira; “Todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”. A discussão acerca desse tema vai durar um bom tempo, até que se estabeleça a concordância de todos.